Verão Poveiro

Viver numa cidade que é destino de férias de centenas de pessoas não é nada fácil.

É claro que ter o privilégio de ter a praia no fim da rua, em qualquer altura do ano poder gozar da companhia do mar numa esplanada e durante o verão não ter de pegar no carro para ir para praia é coisa que não tem preço. Mas na segunda quinzena de Agosto….esta terra é o inferno.

Eu sei que toda a gente tem direito a férias e que muitos ganham com a vinda dos turistas para cá. Mas eu estou tão farta deles…. Ainda só é dia 19 e eu já não consigo apanhar o elevador em menos de 5 minutos, não há espaço no terraço para secar a roupa, só consigo estacionar o carro a 1km de distância de casa (isso quando tenho sorte), há ainda aqueles que alapam o queijo em cima das caixas térmicas a guardar lugares de estacionamento e que acabam por ser corridos com a aproximação do meu carro (aí até sou pacífica, porque a minha vontade era sair do carro e corre-los à lambada) e o cheiro….JESUSSSS… bem sei que nem todos cheiram mal, mas 90% não sabe o que é passar um desodorizante no sovaco. Aos anos que aqueles sovacos não devem ver sabão!

A completar tudo isso temos sempre o típico visual: gordas barrigudas e gordos barrigudos. Salvo raro excepções, os turistas desta terra tem todos corpo de corneto – perna fininha e grande pança.

E o andar? Todos balançam! Andam de perna aberta e balançam para os lados. Ora isso torna-os muito difíceis de ultrapassar! Criam filas medonhas no passeio e quando são muitos e eu vou na cauda do pelotão não consigo evitar cantar: Dlim, Dlom, Dlim, Dlom, Dlim, Dlom…

Talvez seja por isso que nunca tiro férias na última quinzena de Agosto. Assim só gramo essa malta à hora do almoço. Nem saio do escritório, prefiro criar calo no rabo!